sábado, 28 de janeiro de 2012

Fim dos tempos

Décimo terceiro andar:
Estricnina sob a mesa,
Um corpo sob o tapete
Que não sonhava com nada.

Do andar de baixo vinha
Um baque, um estardalhaço,
Como trombeta de anjo,
Algum gatilho puxado.

E pela janela aberta,
Entre pássaros cinzentos,
Outr’alma se despencava
Acenando com a mão.

Enquanto tudo ruía
Nem um músculo mexi...
Fiquei ali contemplando
Com a corda no pescoço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário